quarta-feira, 1 de outubro de 2008

sociedade das crianças mortas- pela revolução interior


caso 1:

Numa manhã da semana me levantei e li a notícia na Folha de Londrina, e era sobre um garoto de 8, 9, 10, 11 ou 12 anos, não me recordo. A FOTO da primeira folha chamando a população para a compra do jornal, era do pequeno corpinho boiando no rio, sua cabecinha morta e molhada, o corpo sozinho no rio. "Ai que judiação...", alguém de casa comentou. Caso esse menino morto fosse FILHO DOS DONOS DA FOLHA de londrina, ou de qualquer um que trabalhe no jornal, digamos do fotógrafo ou do repórter que cobriu a matéria, será que a foto ESTARIA LÁ?? A informação é sempre sobre morte, as fotos são sórdidas e os consumidores não pensam nunca em como são BURROS. Ninguém além de mim achou absurdo na casa. Pensem vocês e vejamos quem está ficando louco nesse mundo.

caso 2:

No mesmo jornal, foi relatado um caso em Londrina, onde dois irmãos mataram outro irmão, o mais velho matou, ao que parece, e o mais novo assistiu, o do meio morreu à pedradas e foi estuprado. A foto, pelo menos dessa vez, não era do menino morto (não devem ter tido acesso ao corpo, não é mesmo? ), mas da MÃE atordoada, desesperada, perdida, dos 3. Esse caso, que ao que me lembro se deu por causa de uma bicicleta, provavelmente não aconteceria na casa deles, onde todos tem bicicletas, comida, escola e esperança na vida. Tiraram a privacidade dessa mulher no pior momento de sua vida.

Com os famosos acontecem os "furos" de reportagem; e quanto ao resto, não são furos, mas antes, atiram de metralhadora com suas bocas cheias de sangue, em nossa direção. E nós comemos e conhecemos seu café, seu almoço, sua informação que invade dores enormes sem nenhum fundamento. Quem não respeita a dor de alguém que acabou de perder um filho, devia pensar se a tal roda da vida é verdadeira. E eu espero, sem nenhuma piedade (como eles), que seja, que volte tudo em dobro, mas não com suas crianças. À elas só desejo mais solidariedade no futuro.