quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

meditação no brazil

ser sujeito só da vontade de percorrer algum chão: pisável.

pela esperança morreu aquele (a) porque ela havia morrido.

sem esperar são cem vivências de realidades complicadas

longe do fardo
da possedebilidade de passar adiante

sem saber por onde...

passou. (?)

você só sabe depois de passar
pela esperança em porta,
se
$ílvio, $antos, ou Coríntio$

no
braZil Zil Zil !

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Guinga!

Pra quem interessar, Guinga é um músico e compositor assombroso, e ainda por cima tem letras maravilhosas. sem palavras, o som invade a janela e roda no quarto.

Orassamba


Tempestarde
Chuvabismo
Relampeado azulejei com a luz
além-rebentação
confessei: o mar é meu pecado!
Eu errei, quis ser rei,
soberbei...
Orassamba
acreadeço
pela esfoladura em minhas mãos
na palma em concha o anjo ressurrei
aluciassassinado.

A sereia na rocha
Me avisou mas eu soberbei
o fanal com a tocha
me avisou mas eu recomecei
Orassamba, não perdoe
esse mergulhorgulho, pescador
que de uma outra vez
com São Pedro
eu ando sobre as águas!
Esse anzol que jogamos
onde há peixe nenhum
o espinhaço sempre em riste
e esse clarão na crista, ah, ah, ah
O Universo na caçamba
é do pescador e do letrista de samba.

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Age, Maria
Rasga o teu véu de virgem
Tinge tuas mãos na vertigem do pecado
Maria, ateu ao teu lado
Lanço em teu ventre
A língua que te consagre
Milagre é ser pura em plena incontinência
Sacra é a vida da incoerência
Não quero ser carpinteiro
Pra esculpir cruz que imortalize:
Que não seja eu
Que ao te amar
Te martirize

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

da destra ida

me debruço sobre um teto que está de passagem, vôo
vôo o que associam com a morte
e é de vida, de já vou!
me coloco lótus
noite pezarosa
dias infindos
primaveras inesquecíveis
unicidade
único
única possibilidade é a vida.
escolher a morte ou a vida é o princípio de tudo.

não consigo descansar e é de vida
vai, sobe a colina verdejante
liga a peça, faça como preferir
mas abrace
abrace o vôo
mesmo que atormentador
aumenta a dor
fere mas só porque não se vê
que é de vida,
que quando se vê,
se maltrata a vida sem querer.

assim tão distraída
dis-traída
me desvio da
destra
ida
em busca
de um pensamento mais convexo
que exerça
a destreza
distraída.

distraia sua ida para calar o suicídio
suy cídio convicto
combustível da engrenagem
é o vício.

na vida real onde adestra a destra vida.
o passar da página é o bater de asas
durma e lucidez translúcida
luzíadas
converta-se a geneologia do saber em ciência.
semi-ótica?
querem que todo mundo tome cuidado,
durma um sono velado.
quem não distraídos venceremos é assim.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

chuva na cidade (horário de almoço)

esta casa está leves mente molhada
leves mente tocada pela vida
está visivelmente
encharcada
ela está atolada
de uma distância consideravelmente considerável,
na natureza.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

poemabraços

para onde as nuvens estão indo?
vão buscar as andorinhas...
vão encher um pote de mel...

para onde e para quando
a realização rendida de cravos

redes nossas completando-se
contemplando
sonho o sonho mordido no meio

vou com as nuvens que só se movem diluídas, ralas
dispersas dispistando os choques de energia

e você com a calma de prata
encontra o centro fora de si, fora de mim
e de todos nós
o seu centro de paz, o cosmos

o cosmos dos seus dentes
a janela dos seus olhos
ah, natureza dos seus cabelos!
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eu árvore
após a tarde
de nós árvore
sou somente
eu árvore

na bacia de prata ou do araguaia
no rastro do bicho
mamífero fugitivo do fogo
ou na trilha iluminada de uma criança
caçando tatu-bolas
árvore estive observando
num equilíbrio pouco estático
expele seiva e cura a ferida

não sei quantos ventos passaram
foram deveras atormentadores
de paz ou de desespero

agora eu árvore
agora passe pelo meu caminho
que fico bem ali onde algo permanece
no vértice dos raios
onde convergem emoções coloridas
e fico bem, meu bem.