quarta-feira, 28 de abril de 2010

alumiamentos

as faculdades de voltar à Terra estavam suspensas num grande balanço que descia as cordas do céu, no meio de um caminho em que nem a morte assustava mais. A facilidade em encontrar
objetos perdidos aumentava. Não sabia porque, mas pegava o hábito de olhar as pessoas pelo seu
terceiro olho... sentia energias amorativas. mesmo quando os pensamentos despencavam como pedras, traídos em sua intenção comunicadora e mostrando a confusão do novo. Em inícios do verão, nada pareceu mais puro e desesperador que a chegada do amor pelos ventos. as árvores e
nuvens comunicavam, os ramos ascendiam ao céu, podia ver a respiração das coisas. sendo que
as inertes fazem um movimento diferente das vivas. foi aberto um tempo de iluminações. A natureza insinuava segredos e não podia escapar de suas verdades: deitada sob a janela, êxtase de várias camadas expelidas de dentro para fora. chora de alegria: não era mais que uma parte daquilo tudo.
as faculdades de voltar à Terra estavam suspensas pois agora ela virava um grande mistério paradoxalmente explícito.

depois disso, o mar traz de volta o silêncio. mas não é mais o mesmo que sentia
em períodos da infância ou adolescência. RELVA-tividades num vale com cheiro de água, barro e verde. sendo vida espalhada. misturadas todas as células no segredo verde... chegará
um dia em que as borboletas voarã do chão com rastros verticais. gestação da paz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

cegamente

nós falávamos sobre o espaço entre todos nós
(within you, without you - the beatles)

quando enxergar,

confie cegamente

segue a mente

galopa com o cavalo num mesmo espírito


mas cuidado se tudo separas

e não vê quão separado está

cega a mente.




sexta-feira, 9 de abril de 2010

borracheira em linhas

o corpo num pêndulo

borracheira

passando por pólos

sem saber como a agulha


só pode apontar o norte na bússula

e a areia o sul na ampulheta

há de se soprar essa areia na cara do vento e dizer valha-me deus!

que não aguento mais encruzilhadas!

se do inferno é o fogo
que água acabaria com o meu
e enfim minha cinza na terra?

cinzas
dias
tropeção nos trópicos

o giro da face qualquer reta em ângulos certos de seu propósito

está você sabe onde?

nem eu.