domingo, 16 de outubro de 2011

sensa-mor


agudas resoluções estomacais
graves aos ouvidos onde ouve-se abrir e fechar de tímpanos
mistura do inimaginável com a imaginação
está fadado o caldeirão do amor
a sempre borbulhar descobrimentos
do encoberto

abre-se a garganta
e respira
num alívio imediato nem se sabia antes de quê
a tranquilidade tem cheiro de lugares por onde já passei
uma árvore, uma casa antiga
ali esteve o amor comigo
agora está
do aqui e agora
conjugando paralelamente
o não aqui e não agora

agora minha alma não chora
daqui em diante
regenera e revigora

entramos na cachoeira viva
estou agora ainda com mais vida
não egoísta será o amor que me chama
a espalhar o mesmo despertar à raça humana.

para Williamn S.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

revoada de pássaros ao meu amor apavorado



poderia assim
ser tão bom assim
e ainda assim o sim
a mim endereçado?

minha pouca crença
faz não voar com os pássaros
sem oprimir-lhes com a
(já sei opaca) razão de ser
que parcas vezes atinge a razão do ser

e o amor fica descrente, doente
ou falta intenção no prana
que já sabes tem a substância
que dos pássaros também emana

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A cura e o surrealismo como exercícios miméticos


Retomo um modo de percepção estética que estava escondida, como a lua que se esconde agora, atrás do prédio que fica logo à frente minha janela. A diferença de agora para o período em que esteve ela aflorada em mim antes dos meses em que ela hibernou, é que a natureza (meu sempre preferido "objeto" de contemplação estética) têm se mostrado, consoante com a materialidade que têm as variadas formas de vida que emanam do ecossistema terrestre, estas formas estéticas transmitem a harmonia da vida em si, pousada em variáveis sistemas do universo . A experiência mimética a que Benjamin se refere em A doutrina das semelhanças, era, segundo o autor, muito mais aflorada nos povos antigos; a capacidade de nos sentirmos ligados ao todo, ou a um pensamento comum, um arquétipo, num momento ou em vários, da existência. Muito se tem feito uso de palavras como "todo", e "uno", de maneira errônea.
Porém nos campos da ciência, novos avanços são feitos a cada dia esclarecendo que em momentos em que a mente humana se conecta com maior perfeição a arquétipos ou forças para além da compreensão de uma visão profana e racionalista, a frequência cardíaca, etc, aumenta veementemente; ou seja, a influência do diferente funcionamento da mente é visível ao corpo,
nestes estados em que curas de doenças são realizadas, a passagem de mensagens de espíritos através de médiuns, etc; nos lembra que o xamanismo traz em suas raízes intencionais, aquela de religar domínios que estavam separados na experiência, para realizar as curas.

A regra surrealista de não repetir-se parece ser de especial ajuda . A percepção quando estamos atentos ao instante é geral, os objetos são vistos, em diferentes planos, ondas sonoras chegam colorindo qualquer momento do dia ou da noite, a música é sagrada, amém, digo na mata.

meu inconsciente já montou os mais selvagens cavalos
e quando aprendia a andar à cavalo, e corria,
sonhava estar dirigindo um fusca, aos cinco anos.

domingo, 19 de junho de 2011

trocas energéticas


sombras
cutucões

salt in bandos

sugar(á) quem de si não dá
em irreal sugar sugar honey honey

terça-feira, 14 de junho de 2011








descubro meu medo,
mas isso se dá
paralelamente à cura

meu amor

és assim:
de um mecanismo assombrosamente eficaz
dentro de mim.

sexta-feira, 13 de maio de 2011



o amor me leva como autômata
à sua morada

se fujo a onda afoga
ó saveiro...
não pode fugir
ao chamado do mar

procura-se a lareira sem entraves
mas da mão inteira dando apenas o dedinho
não se caminha como queres
por esses mágicos lugares

longínqua casa ao recanto do rio
espio
do ponto em que se passa por várias camadas
combustível inocente rodopio

vislumbra-se crânios iluminados
mandíbulas soltas

ao mesmo passo que
lobos mostram caninos
sinuosos passos felinos

coexistem dimensões no transe do ouvido
asas ou tímpanos abrem e fecham

por que perguntar numa hora dessas, susurra o vento
à nativa solitária
quando as aves já estão em casa?
pousa a mão em teu coração...

terça-feira, 10 de maio de 2011

tupã e a erva mate, a saudade




enquanto tomava um chá estas palavras chegaram. Pensei em colar uma imagem, veio Tupã subitamente. uma coincidência ocorria:

dubiedades da saudade:

por mim seria só sua.

"Tupã mostrou ao cacique uma árvore grande, de folhas verdes. Dessa árvore mandou que o índio retirasse, secasse e torrasse as folhas, fazendo com elas uma bebida amarga e quente, mas deliciosa. Seria sua companhia para quando ninguém estivesse junto a ele. Para preencher o vazio da saudade. E assim foi criada a erva-mate." (retirado de http://hernehunter.blogspot.com/2009/11/tupa-e-erva-mate.html).

quarta-feira, 4 de maio de 2011

dois assobios ao ouvido

o outro.

fazer tudo por si só
só mente...


solidão de sobra.
nessa kit
tem net

"Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Pra onde elas vão, ah, eu não sei, não sei
E o vento que toca nas folhas
Contando as histórias que são de ninguém
Mas que são minhas e de você também" (dindi - tom jobim)


espírito que canta (itamar assumpção)

Andando por aí eu encontrei o espírito que anda
Que vinha caminhando juntamente com
O espírito de porco que disse não estar eu sacando
O espírito da coisa e nunca mais eu encontrei a
Minha paz de espírito

Voando num boeing encontrei outro espírito que voa
Voando a mil por hora, juntamente com o pai
E a mãe, o filho e o espírito santo, que
Disse não estar eu voando de espírito
Tranqüilo e nunca mais eu encontrei
O meu estado de espírito

Cantando por aí que encontrei
Os espíritos que tocam
Que vinham caminhando juntamente com
Os espíritos que cantam
Disseram não estar eu cantando
Como cantam os cantores
E foi assim que encontrei
O meu espírito crítico

segunda-feira, 25 de abril de 2011


oxigenação das barreiras dos medos para pular logo adiante. Estou perdida com antenas que aumentam a distância percorrível da cabeça ao chão. Crescendo para cima viro pêndulo ao contrário. São vários círculos de energia desde o chão até aqui. No bar me perdi no labirinto do álcool. Em casa descobri típico domingo com meu atípico despertar chorando. Minha alma não se recuperou ainda das últimas alegrias. Paradoxos. Fugazes ficaram comigo até agora.
Necessito sair deste domínio
de estar aqui no taciturno noturno
quando é dia!
Awake!

sábado, 23 de abril de 2011

sem voz, sem nós

se fosse para encontrar o amor numa mesa de paz
me levantaria aliviada
mas o furacão tem me feito contumaz
morada

confusa com oq a mim se destinou
fico de mãos ainda tristes
no chão da memória que não encontrou o valente
combatente
pensamento reto
dado de mão beijada ao eles, vós...
ficou sem voz, sem nós.

quinta-feira, 17 de março de 2011

tranquila

huuuuumummmm
respiroguiço moleza
tran(cosebarrancos)quila

a vida qui-la
sempre

qui-los
sempre

enfadonho fardo ao brinquedo
sairá no espaço-beijo
a sujeira
do olho cego
de matéria
passageira.

segunda-feira, 14 de março de 2011

2 pensamentos navegados










pensa 11:47 h
numero(a)lógica
Posso ser para cada um,
como esse um que é um para cada um que o vê,
me vê.


mundo profano
apenas um pensamento de zombaria e descrença e acaba a comunicação de índole mais pura. no return.faz o evento sagrado voltar a ser incomunicável. oscilações da razão repetidora também afastam-se desse tipo de percepção.



domingo, 6 de fevereiro de 2011

situ-ação

sigamos o que resta do natural, a cidade se ergue rompendo abruptamente nossos laços essenciais.
cordões com a Terra alcancem todos os seres
egrégoras e lutas se dêem pela salvação do planeta

respeito perdido, tempo descrente
queima hoje livremente
como carvão o sorriso que floresce,
e mente, se tem mente
iludindo-se que livre e impunemente

cura do corpo amarrado
não há nada gratuito na conversão das relações em dinheiro
este sim é um proceder desordeiro
fexe o corpo, levante-se
à troca que te esfrega na lama
deixe o corpo
protegido e quente como a chama


medos para trás, urge que sintamos o instante
trás e frente são naturalmente insustentáveis