sexta-feira, 23 de julho de 2010

mercado da vida

a medida em que plaino perto da terra
mais perto que antes
pé no chão é uma bala dura de mascar

já foi não é bala no peito
hoje quero escapar

um novo peso
quer cair sobre minhas costas
me faço forte não tão rápido
a ponto de poder estar reta e limpa
perguntando o que dá para jogar da carga
pois percebo que

não posso ser mula de carga sem usar uma calculadora
caminhando sobre minhas patas em meio a iguais no centro comercial
com minha calculadora
e meu coração mais tranquilo
vendo o mendigo passar, penso na minha boca babando e minha infelicidade
momentaneamente sanada.

não há nada que se compare a uma boa compra às xs
não há nada

com o pé no chão te ensinam a caminhar como pode

no mercado da vida

e é muito triste mas ouça,
é o que se tem no século XXI
quando se resolve estar no mesmo barco que a maioria
não sei se por humanidade ou covardia

não percebem que não se deve andar em linha reta
e seguem passos nas avenidas artificiais
com personalidades cada vez mais (...).