quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A voz do demônio (William Blake)

Posto William Blake (1757- 1827), retirado de "As Núpcias do Céu e do Inferno". Ele é um dos primeiros poetas malditos da modernidade, e considero que muitos poderão ter o que se chama de um" bom encontro", com este inglês ; estes malditos eram e são assumidamente contrapostos aos enxames de abelhas já agonizantes morrendo nas luzes (de lâmpadas fracas) da razão ocidental, em união sempre renovada historicamente com a política avexatória e a culpa cristã pelo progresso de suas barbaridades desenvolvidas em termos predatórios no planeta Terra. A figura do demônio é invocada por vezes por estes poetas soltos (visto que poetas malditos não estiverem geralmente agrupados sob algum estilo, à excessão de alguns surrealistas) no mundo do delírio, mas não significa que acontece uma adoração do tinhoso, simplesmente o demônio é usado por ser símbolo de revolta, característica instrínseca ao ser humano (morda da fruta da árvore da ciência, baby, mas o criador vai te punir por isso!).

A VOZ DO DEMÔNIO

Todas as Bíblias ou códigos sagrados têm sido a causa dos seguintes Erros:
1. Que o Homem tem dois princípios reais de existência, a saber: um Corpo e uma Alma.
2. Que a Energia, cognominada Mal, provém exclusivamente do Corpo; e que a Razão, cognominada Bem, não provém senão da Alma.
3. Que Deus inflingirá tormentos ao Homem na Eternidade por haver seguido as suas Energias.
A isso, porém, se opõem, como Verdadeiros, os seguintes Contrários:
1. O Homem não tem um Corpo distinto da Alma, pois aquilo que se chama Corpo é uma porção da Alma discernida pelos cinco Sentidos, as principais vias de acesso da Alma neste estágio de nossa existência.
2. A Energia é a única vida, e dimana do Corpo. A Razão é a linha divisória ou a circunferênia exterior à Energia.
3. A Energia é Eterna Fruição.

Aqueles que refreiam o desejo assim procedem porque o que possuem é bastante débil para ser reprimido, e o repressor, isto é, a razão, usurpa o lugar do que anelam e governa os relutantes.
E o desejo sofreado vai-se gradualmente tornando inerte até reduzir-se a uma sombra do que era.
A história disto acha-se estampada no Paraíso Perdido, e o Soberano, ou Razão, chama-se o Messias.
E o Arcanjo original, ou o detentor do comando das hostes celestes, é aí cognominado o Demônio, ou Satanás, e seus filhos se designam pelos nomes de Pecado e Morte.
No Livro de Job, todavia, o Messias de Milton é denominado Satã.
Pois este relato foi adotado por ambos os grupos.
Parecia, na verdade, à Razão como se o Desejo tivesse sido banido; mas a versão do Demônio é que o Messias tombou e fundou o céu com o que roubara do Abismo.
(...).


2 comentários:

Cérbero disse...

Willian Blake

Não o conhecia... Grande poeta! Não conhecia também a categoria de poetas malditos. Vou procurar mais deles.

É... o homem nada mais é que uma peste, que se infiltrou no planeta como uma bactéria em um órgão, e que começa a corroer e destruir. Essa peste que é o homem que pensa que é superior, mas que está no mundo assim como todos os outros seres. O que os iguala é a morte. E o homem está a procurando. Corpo, alma... importante mesmo é pensar na alma como um diferencial que pode equilibrar o planeta; ou que o homem seja um ser mais humano, mais animal, mais igual.

Ah! eu coloquei o link do seu post na minha postagem tbm, pq encaixa mto bem no assunto que abordei (hehehe). Abraços!!!

hora do crepúsculo disse...

haha massa flávio!
ms entao.. vamos jogar umas bombas por ai! hhudsah =/
abraçoo