quarta-feira, 20 de outubro de 2010

artaud e o polvo in my mind

não vou expressar uma certeza à toa
para te fazer sentir bem

você é toda vida que se doma em ego
mas
eu não existo como sujeito

é de um lugar que estou falando.

rememoro uma aparição de Artaud
sobre um corpo 3D
e um rosto plano de papel preto e branco
onde tinha o pescoço torcido
como na capa de um livro
arranca úlceras

um discurso muito engraçado Artaud falou
e quando questionei,

respondeu com os olhos que
falava de encontro e conforme também
minha mente que se desenhava
naquela hora à pia
como um polvo de ponta-cabeça
querendo receber o giro
dos braços de Shiva

giro na sala do lugar que
permite que me movimente ainda entre paredes
o louco se movimenta onde não está livre do outro
dos pés na terra ou no cimento
porque para eles isso tanto faz.

por isso o louco livre em sua mente
não pode evitar a represália dessa gente
que o deixa agora sim, doente.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

numa tarde da semana

as ondas invadem a
clareira de lençol verde na cidade
de cinza está ficando branco
a mudança é tão operante
que não consigo te explicar

mas parece que num ponto
tenho vontade de voltar

helter skelter
sem saber se é boa a vontade
meu amor voa sem casa

não há coisas que são como o fogo à lareira?

períodos de fartura...

tão bem abastecidos que despertou em quem

não sabia ainda usar o amor louco kundaliní.

há pessoas dançando
room full of mirrors
bebida no chão
um sentimento pagão
que não te explico sem um trago
numa festa

tem gente olhando o olho do gato
gente falando de estrelas e zodíaco
gente tocando vendo cor ouvindo som

uns acelerando a perseguição junto com
o medo dos ratos que saem às ruas,
tomando seu veneno.

há falseamentos por toda parte,
não me pergunte
pq o natural é um benefício em si
com sua cara petrificada de ciência fedendo a naftalina.