Retomo um modo de percepção estética que estava escondida, como a lua que se esconde agora, atrás do prédio que fica logo à frente minha janela. A diferença de agora para o período em que esteve ela aflorada em mim antes dos meses em que ela hibernou, é que a natureza (meu sempre preferido "objeto" de contemplação estética) têm se mostrado, consoante com a materialidade que têm as variadas formas de vida que emanam do ecossistema terrestre, estas formas estéticas transmitem a harmonia da vida em si, pousada em variáveis sistemas do universo . A experiência mimética a que Benjamin se refere em A doutrina das semelhanças, era, segundo o autor, muito mais aflorada nos povos antigos; a capacidade de nos sentirmos ligados ao todo, ou a um pensamento comum, um arquétipo, num momento ou em vários, da existência. Muito se tem feito uso de palavras como "todo", e "uno", de maneira errônea.
Porém nos campos da ciência, novos avanços são feitos a cada dia esclarecendo que em momentos em que a mente humana se conecta com maior perfeição a arquétipos ou forças para além da compreensão de uma visão profana e racionalista, a frequência cardíaca, etc, aumenta veementemente; ou seja, a influência do diferente funcionamento da mente é visível ao corpo,
nestes estados em que curas de doenças são realizadas, a passagem de mensagens de espíritos através de médiuns, etc; nos lembra que o xamanismo traz em suas raízes intencionais, aquela de religar domínios que estavam separados na experiência, para realizar as curas.
A regra surrealista de não repetir-se parece ser de especial ajuda . A percepção quando estamos atentos ao instante é geral, os objetos são vistos, em diferentes planos, ondas sonoras chegam colorindo qualquer momento do dia ou da noite, a música é sagrada, amém, digo na mata.
meu inconsciente já montou os mais selvagens cavalos
e quando aprendia a andar à cavalo, e corria,
sonhava estar dirigindo um fusca, aos cinco anos.