quinta-feira, 7 de maio de 2020

Impostora

Vez em quando me sinto
Impostora
Como arco-íris de led
Numa janela mínima
Tal qual animal que debanda
A própria espécie

Viajante do tempo e espaço
Como agulha de crochê
Mergulhando em várias camadas
De fios sem fim
Que passam por mim

Seria essa a via em que aposto?
Impostora?
O que é imposto?
Ou sim, posso?

Minha tranquilidade ainda
Que rara e feita chegou
Só não me é aceita
Num olhar que secou

Quando criança
Castelo era o meu cavalo
Com o tempo Castelo
Foi para outra dimensão
Dessa terra
De tanta gente
E tanta solidão

Sobrei eu e outros animais
Inclusive humanos
Vagueando às vezes lado a lado
Matando o tempo
Matamos
Com vida abundante
Mas geralmente de olhos fechados
De dar pena
Como bexigas que aproximando-se
Saltam uma para cada lado
Ou estouram

Eu me esvaziando um pouquinho
E você também
Talvez caibamos aqui, meu bem.