Cada passo no território é dado pelo corpo. Formamos e
produzimos gestos corporais, respirações, tensões e solturas em determinadas
regiões, nas mais variadas combinações A energia que conduz o corpo adquire
feições particulares, de modo que sem enxergar poderíamos detectar quando
estejamos na presença de “fulan@” e de “beltran@”. O modo de estar do corpo
será particular principalmente devido à maneira que aquele ser individual se
adapta, quais canais e modelos de força são por el@ usados na troca com o mundo
social e doméstico.
Os movimentos traduzem diferentes intenções, captáveis
esteticamente para quem assiste (por exemplo a uma dança) de modo similar ao de
quem o produz; a população humana, por ser
uma espécie biológica, experimenta situações e sensações similares ao
longo do tempo e de diferentes lugares geográficos. Provavelmente os mesmos hormônios
que foram liberados em uma situação de medo em uma mulher Paleoíndia,
descarregam-se numa mulher brasileira contemporânea que passe por um medo similar.
As situações básicas que todo ser humano passa pela vida (sobrevivência, paternidade e maternidade, morte, etc.), bem como a maneira que as recebemos biológica e socialmente, molda a qualidade de algumas imagens, mitos e símbolos muito parecidos que estejam distantes no tempo e no espaço; essas imagens, mitos e símbolos seriam as manifestações
arquetípicas, ou seja, expressam arquétipos.
Ao longo de seu extenso estudo antropológico, psiquiátrico,
teológico, filosófico, histórico, dentre outros, Jung pôde constatar a existência
destes arquétipos, trazendo ligações entre o passado histórico e os indivíduos hodiernos, com suas manifestações em sonhos, mitos, símbolos, etc. O que vemos na alma individual de forma unilateral e personalizada, comprimida, pode
ser visto amplamente difundido no passado histórico.